Pirralha mimalha [Edição Um Bocado Atrasada de Natal]


    Continuando o que vos dizia ali...

    O ano foi difícil. A última década inteira, aliás, tem-no sido, pelo que não estava à espera de receber fosse o que fosse neste Natal além de alguns doces e mesmo isso teria de ser pouco pois estava (e estou) de dieta.

    Muito pelo contrário, peguei nuns trocos que tinha poupado em Novembro e decidi comprar eu umas prendinhas para a família toda. Não era nada demais, claro está, pois estou desempregada, mas eram prendas dadas com o coração e sabia que ele ia ficar quentinho ao ver as pessoas a desembrulharem aquelas lembranças. Pela primeira vez, talvez, senti-me um pouco mais adulta. Pirralha, mas crescida.

     Não vos sei explicar o sentimento. 

    Posso suspeitar apenas que sabem do que estou a falar se já saíram de casa da vossa família e compraram prendas com o vosso dinheiro. Talvez seja isso? Foi o meu 1º Natal nesta situação, e não consigo encarar toda a situação fora dum contexto de um qualquer rito de passagem. Estou mais adulta, agora. Garanto-vos que não tinha tristeza alguma na minha pirralhice interior quando me diziam que não ia ter prendas porque a coisa estava má. Sorria e dizia que não era preciso, obrigada. E era um sentimento sincero.

     E não sei, se calhar foi por ter esta atitude menos materialista no Natal que neste recebi aquela coisa que almejava há anos e que pensava ser impossível? Ou então foi só sorte? Ainda não estou bem em mim e volta e meia belisco-me para ver se estou acordada.

      Sabe quem me conhece que há muito tempo que o meu PC anda a dar problemas. Parei inclusivé de fazer alguns trabalhos de design gráfico por causa disso. Ele aquecia demais, os programas travavam...

      Foi para arranjo, mas o próprio técnico não me deu um prognóstico muito bom no Verão passado, e disse que mesmo aumentando a RAM ele não se ia portar melhor porque estava a morrer, e que mais valia comprar um novo. 

     Ora, eu não tinha dinheiro para uma aventura dessas por isso decidi, mesmo assim, mandar aumentar a RAM. Ugh. Para nada. Ele melhorou, mas nada de significativo. Continuei a usá-lo, claro. Não tinha outra hipótese.


     Este ano uma tia minha "lá da França" perguntou-me o que é que eu queria para o Natal.

    Eu ia dizer "dinheiro", para ajudar a poupar para as propinas, mas naquele momento algo me parou. Olhei para ela, para o portátil agastado e para ela de novo e contei-lhe que o que eu queria mesmo messsmo era um portátil novo que aguentasse o meu ritmo de trabalho, mas que isso era algo muito caro e que portanto eu ficaria bem com o que quer que fosse que ela se lembrasse que eu pudesse gostar.

     Foi atirar barro à parede, mas sem fé alguma de que ele pegasse. Foi quase como que uma brincadeira...

    Nunca na minha imaginação vívida que sei lá o quê iria imaginar que a minha tia iria comprar-me um portátil! 

    Ela disse logo: ok, vamos então a uma loja!

    Daí seguiram-se uns 10 minutos comigo a tentar explicar-lhe o quão caro era um portátil desses, e que não, obrigada, tia... E mais uns 5 minutos em que ela me conseguiu arrancar as especificações que eu desejava num portátil, que ela ia procurar um que fosse barato com elas.

    Eu dei-lhas, mas sem acreditar que isso alguma vez fosse acontecer. Sabia perfeitamente o preço dessa gama de portáteis e que ela ia chegar à loja com as características num papel, que lhe iam mostrar 2 ou 3 caríssimos e que ela ia sair de lá, ou de mãos a abanar ou com um muito barato mas muito fraquinho também, ludibriada por um vendedor a comissões qualquer.

     Como eu estava enganada... 

     Nessa mesma noite liga-me a minha tia a dizer que encontrara um (ao tal preço exorbitante para mim) e a perguntar se era aquilo que eu queria. 

     Tremi. Tinha o coração a mil, até fiquei um bocado zonza.

     Disse que sim, era mesmo isso! Fiquei, depois sem palavras para agradecer e, ao mesmo tempo, ainda sem acreditar que era comigo que aquilo estava a acontecer. Quando a vi no dia seguinte abracei-me a ela e chorei... de felicidade e gratidão e ainda um pouco de incredulidade. 

     Na Véspera de Natal, quando desembrulhei o portátil e o retirei da caixa ainda não estava em mim. Aliás, já passaram semanas e ainda não acredito muito que esta máquina (um Lenovo Y700) seja minha! :O


    Como se não bastasse, só para eu ficar ainda mais mimalha tive mais prendas! 

Uma delas foi este livro de receitas com Nutella. Há quem me conheça mesmo bem. Nham, nham! Foi de um amigo meu que, depois de lhe agradecer a prenda, me pediu desculpa por não me ajudar com a dieta! xD

 

Outra prenda que recebi e que adorei foi esta bolsa feita à mão com um tecido da nova boneca da Santoro, a Mirabelle. Oferta da minha avó e da minha costureira preferida! *.*


Dias depois chego a casa e vejo que tenho à minha espera um postal super fofo da Rackel e um saco todo catita com prendas da mãe e do irmão do meu namorado:



A prenda do meu parceiro também lá me esperava - mais uma edição do meu livro de comics favorito: Morning Glories! <3


E assim foi o meu Milagre de Natal... <3

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